Posição Política


Temos um sonho.

Imaginamos um mundo emancipado de todas as religiões. Imaginamos um mundo onde o engano através de dogmas já não seja possível. Imaginamos um mundo onde a crença sobrenatural seja uma questão puramente pessoal. Imaginamos um mundo onde o pensamento livre e a postura crítica sejam os métodos de tomadas de decisão social.

E não somos @s únic@s.


Religião: Contra a liberdade

Acreditamos que as religiões são uma ferramenta política de opressão e um instrumento social para legitimar desigualdades. Por isso, vamos trata-las enquanto tal.

Pensamos que as instituições religiosas são um dos maiores obstáculos à liberdade. Este obstáculo não afeta só a educação científica, os direitos das crianças, a igualdade de género e a tomada de decisão democrática. Vamos mais longe e argumentamos que as instituições religiosas são contra a liberdade de crença. Hoje em dia, uma criança portuguesa, é tão livre de escolher a sua religião como de escolher os produtos que consome. Não o é de nenhuma forma: como na chamada economia de mercado, também existem monopólios religiosos.

Abolindo as instituições religiosas, queremos abolir a propriedade privada de crença. Uma sociedade com liberdade de crença é uma sociedade equidistante a todas as 4200 religiões ativas no mundo.

Ateismo: Pela liberdade.

Somos tod@s ateistas em relação à maioria dos deuses em que a humanidade já alguma vez acreditou. Alguns e algumas de nós somo-lo só em relação a um deus mais.” [Richard Dawkins]

E nós, as Bruxas Não-Inflamáveis, vamos ainda mais longe. Não vamos restringir a nossa atenção aos dogmas sobrenaturais, mas extender o nosso olhar cético em relação a dogmas como o racismo, o nacionalismo, o sexismo e o crescimento económico. Não somos tolerantes com o ludíbrio e a exploração do povo. Não somos tolerantes com as religiões institucionalizadas. A nossa tolerância abrange @s 99%, que trabalham e produzem, mas são desapossad@s e sofrem.

O nosso ateísmo tem um caráter político; não é puramente filosófico. O nosso ateísmo tem um caráter científico e social; não puramente pessoal. O nosso ateísmo é parte de um projeto de emancipação política e social.



O que temos no cardápio

Aqui propomos uma lista de algumas das nossas exigências imediatas. Temos a intenção de estende-la e aprofundá-la no decorrer das nossas atividades.

LEGISLAÇÃO: Não deve haver posições privilegiadas na sociedade ou benefícios legais para qualquer indivíduo ou grupo em virtude da sua religião ou confissão. As instituições religiosas não devem estar isentas de investigações públicas, inspeções e critérios de responsabilidade.

EDUCAÇÃO: A educação pública deve ser secular. O financiamento estatal de escolas religiosas e privadas deve ser abolido. Os rituais e práticas religiosas devem ser suprimidos da educação.

IMPOSTOS E FINANCIAMENTO: As instituições e comunidades religiosas não devem receber privilégios ou isenções, tais como benefícios fiscais e subsídios para promover a religião.


Princípios

1. Sentimos que temos a responsabilidade e o dever de advogar os nossos princípios através da organização de palestras, declarações públicas, campanhas e ações diretas.

2. As nossas tomadas de decisão serão feitas sempre a partir do método de democracia participativa.

3. Adotamos uma postura crítica, cética e científica.

4. Não limitamos a nossa posição crítica à religião. Somos contra todo o tipo de descriminação baseado em nacionalidade, etnia, cor, género, orientação sexual ou identidade sexual.

5. Não apoiamos qualquer tipo de ideias infundadas. Somos “quadrad@s” em relação a todos os sistemas de crenças irracionais que vão desde a pseudociência ao misticismo, das religiões monoteístas à astrologia.

6. Na mesma medida em que não hesitamos em confrontar crenças e instituições religiosas e criticar as religiões, não aprovamos a humilhação de nenhum cidadão comum devido às suas crenças religiosas.

7. Respeitamos os direitos dos animais e de todos os ecossistemas tanto quanto respeitamos os direitos humanos. Baseamos as nossas vidas e posição política, não na ideia de que o mundo foi criado para nós, mas no conhecimento de que todos os seres vivos coexistem como parte de um mesmo todo.

8. Temos como princípio ser solidári@s com todos os indivíduos e grupos compatíveis com os nossos objetivos e com os princípios referidos neste texto, e cooperar com eles dentro do limite dos possíveis.

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