Introdução



Quem são as Bruxas Não-inflamáveis?

Somos ateístas. 
Somos cétic@s. Somos livres-pensador@s. Condenamos a religião por obstruir política e socialmente o pensamento crítico.

Defendemos um mundo onde todos os dogmas são questionáveis.


Por que se autodenominam Bruxas Não-inflamáveis?

Durante séculos, as bruxas foram bodes expiatórios para muitos dos desastres naturais. Elas sempre pertenceram às classes mais pobres da sociedade. Nós acreditamos que isso não é uma mera coincidência.

Os rituais de caça às bruxas não eram simplesmente uma reprodução do patriarcalismo. Serviam também para criar uma atmosfera de histeria social que encobria os verdadeiros problemas.

Hoje em dia conhecemos as suas causas. O sistema capitalista é responsável pela maior parte das nossas misérias – através da devastação ecológica do planeta e da destruição económica da sociedade.

“O dinheiro é o deus deste mundo; a burguesia, ao retirar o dinheiro ao proletariado, faz dele, na prática, um ateísta.” [Friedrich Engels]

Somos bruxas porque vamos apontar as verdadeiras causas do nosso padecimento. Como as bruxas do passado, não somos a causa mas sim as vítimas desta destruição.

Somos bruxas não-inflamáveis porque nenhum ritual de caça às bruxas vai acabar com as misérias do mundo; esses rituais irão, pelo contrário, criar mais bruxas.

De facto, têm vindo a criar mais do que isso. Na Tunísia, o caso de Mohammed Bouazizi ao imolar-se pelo fogo devido ao seu estado de pobreza e, na Idade Moderna, o facto de as bruxas serem queimadas, têm uma raiz comum: el@s foram forçad@s a pagar as consequências pelas quais não são responsáveis. 
Somos bruxas não-inflamáveis porque nós “get up, stand up, and don’t give up the fight”.

Convidamos tod@s a questionar os dogmas à nossa volta. Convidamos tod@s lutar contra as religiões, enquanto sustentadores históricos oficiais dos dogmas sociais.


O que é a religião?

A religião organizada, desde o seu surgimento, tem tido um papel ativo nas relações de poder. Acreditamos que isto faz parte da natureza histórica das religiões.

Rejeitamos a hipocrisia de considerar as religiões como meras crenças pessoais. Desde a orientação sexual até à reivindicação dos direitos fundamentais, desde a educação formal até à política de género, ela é uma ferramenta de opressão, desinformação e exploração. A religião institucionalizada é, ainda hoje, uma das ferramentas mais importantes para legitimar o sexismo, as injustiças e desigualdades.

Pretendemos a emancipação da religião.


O que significa “emancipação da religião”?

No sentido social, significa uma sociedade onde todas as crianças tenham uma relação equidistante com todas as religiões no mundo e as contemplem livremente.

No sentido político, significa uma nova ordem social, onde as instituições sociais proporcionem um clima onde todas as religiões estejam disponíveis ao público, em igualdade de circunstâncias.

Por isso, exigimos uma real liberdade de crença religiosa individual.


Como se consegue obter a “emancipação da religião”?

Ressaltamos que existem 4200 religiões ativas no mundo (sem contar com the church of the flying spaghetti monster). Por isso, uma emancipação da religião requer, ou que se disponibilizem santuários e se recrute clero de todas as confissões para cada bairro e aldeia, ou que se suprimam todas as instituições religiosas – tanto políticas como sociais.

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